ANFoCO II – ANFÍBIOS EM FOCO

Em agosto de 2018 aconteceu o I Simpósio Brasileiro de Conservação de Anfíbios (ANFoCO I), coordenado pelo ASG-Brasil, com o objetivo de reunir os principais atores para discussão do tema, exposição de ideias e levantamento de propostas. Durante o evento foram evidenciadas algumas demandas importantes que precisam ser estruturadas para promover a conservação geral de anfíbios no Brasil de forma mais efetiva. Com isso, durante o presente workshop (ANFoCO II), serão trabalhados três temas resultantes dessas demandas: licenciamento ambiental (reavaliação dos processos atuais e elaboração de termo de referência); contaminação ambiental (elaboração de termo de referência para minimizar os impactos dos agrotóxicos e influenciar políticas públicas); e divulgação científica (discussão de métodos para popularizar a ciência). Para melhor aproveitamento do tempo e espaço, pretende-se que o workshop tenha início de forma virtual antes do congresso, sendo identificados previamente os participantes responsáveis por cada grupo temático. Os responsáveis se encarregarão de apresentar durante o workshop um plano de ação para aquele tema, reunindo propostas de pessoas que podem estar ou não presentes no congresso. Pretende-se que dessa forma tenha-se o início da formação de redes colaborativas para assuntos específicos que objetivam a conservação de anfíbios e que seja apresentado um produto que permita um melhor direcionamento das ações necessárias.

Moderador:
ASG – Brasil

Participações:
Cybele Sabino Lisboa – Setor de Répteis – Fundação Parque Zoológico de São Paulo
Luis Fernando Marin da Fonte – Universität Trier / Universität Trier
Ibere Machado – Instituto Boitatá de Etnobiologia e Conservação da Fauna / Instituto Boitatá de Etnobiologia e Conservação da Fauna
Débora Silvano – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Brasília


REGULAMENTAÇÃO DA RANICULTURA BRASILEIRA E A CONSERVAÇÃO DE ANUROS NATIVOS

A ranicultura brasileira representa uma significativa posição na produção e comércio que ocorrem mundialmente. Entretanto, a escassez de informações sobre a produção e comércio, bem como de protocolos de biossegurança na infraestrutura e comercialização das rãs-touro causa preocupação sobre possíveis impactos negativos para a anurofauna nativa. A rã-touro apresenta diversas ameaças para populações nativas pelo fato de ser uma das principais espécies invasoras do mundo. Além disso, sua produção pode estar atuando como um reservatório e vetor de dois dos principais patógenos para anfíbios: o fungo quitrídio e o Ranavirus. Assim, juntamente com importantes grupos da sociedade brasileira, desde setores produtivos até legislativos, objetivamos reunir dados sobre as localizações dos ranários brasileiros e elaborar materiais técnicos e manuais referentes a boas práticas de produção e biossegurança na ranicultura. Ainda, pretendemos definir os encaminhamentos para regulamentação e fiscalização efetivas que devem ser aplicadas durante o processo de produção e comercialização dessa espécie. A falta de informação tanto da presença e localização dos ranários, como das rotas de comércio, criam uma lacuna que podem dificultar no momento de tomada de decisões. Portanto, essas informações serão fundamentais e servirão para guiar nossas estratégias e planos de conservação para os anfíbios.

Moderadores: 
Luís Felipe Toledo
Luisa P. Ribeiro


FACILITANDO A COMUNICAÇÃO COM A SOCIEDADE: NOMES VERNACULARES PARA OS RÉPTEIS DO BRASIL

Nas últimas décadas temos consolidado nosso conhecimento sobre a diversidade de répteis no Brasil, mas a lista das espécies cresce anualmente com novos táxons e novas ocorrências. As listas publicadas na revista eletrônica da SBH são pouco ou nada acessíveis ao público leigo e semileigo, ou mesmo aos novos herpetólogos. Profissionais de ONGs, zoológicos, órgãos ambientais de todas as esferas, meios de comunicação, educação, ou simplesmente não herpetólogos, sentem falta de nomes vernaculares, mesmo que não “populares”, que os aproximem daquela verborragia em latim. Querem saber qual o nome científico da sucuri ou do tracajá, da mesma forma que buscam por nomes “populares” para espécies recém-descritas ou ameaçadas. Os herpetólogos norte-americanos e ornitólogos do mundo todo, inclusive brasileiros, adotam vernáculos padronizados para as espécies que estudam, o que tem sido útil em dezenas de situações. Mesmo quando os nomes propostos soam absurdos demais para o uso corriqueiro, são eficazes para fins de divulgação científica. Assim, temos observado que a adoção de vernáculos padronizados para as espécies de répteis do Brasil será uma alternativa viável para aprimorar a comunicação com o público. Dessa forma, este workshop tem por objetivo discutir a aplicação de nomes vernaculares padronizados para os répteis do país, e formar um grupo de ação que apresente uma lista de vernáculos à sociedade.

Moderadores:
Renato Silveira Bérnils
Henrique Caldeira Costa